ABC Heart Fail Cardiomyop 2021; 1(1): 33-43
Possíveis Mecanismos dos Inibidores de SGLT2 na Insuficiência Cardíaca
Resumo
Os inibidores dos cotransportadores sódio-glicose 2 (SGLT2) foram introduzidos originalmente para o tratamento de diabetes melito (DM2) em 2013, entre eles canaglifozina, dapaglifozina e empaglifozina. Os estudos de segurança cardiovascular demonstraram não apenas que os inibidores de SGLT2 eram seguros, mas que estavam associados a redução significativa na mortalidade cardiovascular e nos desfechos relacionados com a insuficiência cardíaca (IC), incluindo hospitalizações. Tais resultados motivaram a realização de ensaios clínicos especificamente para investigar o efeito dessa nova classe de medicamentos na IC com fração de ejeção (FE) reduzida, entre eles DAPA-HF e EMPEROR-reduced. Foi comprovado o efeito benéfico dos inibidores SGLT2 na redução de eventos cardiovasculares de pacientes com IC sintomática e com FEVE reduzida (< 40%) adequadamente tratados, o que expandiu a indicação de inibidores de SGLT2 em pacientes com IC sintomáticos com FE reduzida. Os reais mecanismos que explicam esse efeito benéfico dos inibidores de SGLT2 não são completamente esclarecidos. Nesta revisão, analisaremos as várias hipóteses que têm sido consideradas para explicar o efeito cardioprotetor nos inibidores de SGLT2, entre elas: redução da pressão arterial, aumento da natriurese, melhora do metabolismo energético, prevenção de inflamação, perda de peso, melhora do controle glicêmico, inibição do sistema nervoso simpático, prevenção do remodelamento miocárdico, prevenção da lesão de isquemia/reperfusão, inibição dos canais de Na+/H+, aumento da autofagia e degradação lisossomal, inibição SGLT1, redução da hiperuricemia, redução da gordura epicárdica, aumento dos níveis de eritropoietina, aumento das células progenitoras precursoras, diminuição do estresse oxidativo e melhora da função vascular.
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