ABC Heart Fail Cardiomyop 2022; 2(2): 195-197

Há Espaço para as Novas Drogas no Tratamento da Insuficiência Cardíaca Avançada: iSGLT2?

Victor Sarli Issa ORCID logo

DOI: 10.36660/abchf.20220030

Nos últimos anos temos assistido à incorporação do uso de inibidores do co-transporte de sódio e glicose 2 (iSGLT2) para o tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca. Este conjunto de drogas têm em comum o fato de serem capazes de inibir o transporte de glicose no túbulo proximal e com isto proporcionar glicosúria e redução da glicemia em pacientes com diabetes. Outros efeitos destas medicações incluem o aumento da diurese e natriurese, redução da pressão arterial, estimulo à eritropoiese, melhoria do metabolismo da energia cardíaca, redução da inflamação, inibição do sistema nervoso simpático, prevenção do remodelamento cardíaco, prevenção de lesão de isquemia/reperfusão, inibição do trocador de Na+/H+, redução da hiperuricemia, aumento da autofagia e da degradação lisossômica, diminuição da gordura epicárdica, aumento dos níveis de eritropoietina, aumento das células progenitoras vasculares circulantes, diminuição do estresse oxidativo e melhoria da função vascular.

Os iSGLT2 foram inicialmente testados para o controle glicêmico em pacientes com diabetes mellitus e rapidamente notou-se que além do efeito antidiabético, estas drogas eram capazes de reduzir significativamente eventos cardiovasculares, em especial os episódios de insuficiência cardíaca descompensada. A sequência natural a partir destes resultados foi a avaliação dos iSGLT2 em pacientes com insuficiência cardíaca. Os primeiros resultados obtidos foram entre os pacientes com insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida, com os estudos DAPA-HF (avaliando dapagliflozina) e EMPEROR-Reduced (avaliando empagliflozina), que mostraram que a inibição do co-transportador de sódio-glicose-2 (SGLT2) reduziu o risco combinado de morte cardiovascular ou hospitalização por insuficiência cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida com ou sem diabetes. Mais recentemente, tivemos resultados positivos no contexto da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, ainda que os efeitos da medicação tenham se concentrado fundamentalmente no grupo de pacientes com a fração de ejeção levemente reduzida.

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Há Espaço para as Novas Drogas no Tratamento da Insuficiência Cardíaca Avançada: iSGLT2?

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