ABC Heart Fail Cardiomyop 2022; 2(3): 242-249
Avaliação da Efetividade de Diferentes Doses Cumulativas de Doxorrubicina para Indução de Modelo de Cardiomiopatia Dilatada em Ratos
Resumo
Fundamento:
A doxorrubicina (DOXO) tem sido utilizada para induzir a cardiomiopatia dilatada (CMD) em modelos experimentais.
Objetivo:
Analisar as alterações cardíacas após a infusão de DOXO e definir o protocolo mais eficaz para reproduzir um modelo experimental de CMD.
Métodos:
Dividiram-se ratos Wistar machos em 4 grupos e administraram-se doses cumulativas crescentes (2 mg/kg/semana) de DOXO ou solução salina. Os grupos controle (CTRs) receberam solução salina. O grupo D-8 recebeu uma infusão total de 8 mg/kg, o D-12 recebeu 12 mg/kg e o D-16 recebeu 16 mg/kg. Todos os animais foram submetidos a ecocardiograma inicialmente e após o término da infusão. Em seguida, os animais foram submetidos a eutanásia para análise histológica do tecido cardíaco.
Resultados:
A taxa de mortalidade foi de 20% (D-8), 30% (D-12) e 67,6% (D-16). A dose de 8 mg/kg não foi associada a redução significativa da FEVE ou a aumento da DDVE. Houve redução significativa da FEVE com a dose de 12 mg/kg e 16 mg/kg em comparação ao CTR 68,3% (DP, 5%) vs 58,4% (DP, 9%), p<0,01, para os grupos CTR-12 vs D-12 e 66,0% (DP, 6%) vs 47,6% (DP, 15%), p<0,01, para os grupos CTR-16 vs D-16. A análise histológica revelou percentual maior de fibrose em D-12 (10,6% DP, 3,3%) e D-16 (9,8% DP, 2,3%) em comparação ao CTR (2,3% DP, 1,0%), p<0,001.
Conclusões:
Associou-se a dose de DOXO de 16 mg/kg a alterações cardíacas graves e alta mortalidade. Assim, propomos que a dose de DOXO de 12 mg/kg seja a mais apropriada e eficaz para a indução de CMD e taxa de mortalidade aceitável.
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