ABC Heart Fail Cardiomyop 2023; 3(2): e20230085


Onde Estão os Benefícios do Tratamento da IC Aguda a Luz da Medicina Baseada em Evidências?

Carlos Eduardo Lucena Montenegro ORCID logo , Marcely Bonatto ORCID logo , Jefferson Luis Vieira ORCID logo , Fabiana G. Marcondes-Braga ORCID logo , Lídia Ana Zytynski Moura ORCID logo

DOI: 10.36660/abchf.20230085

Nos últimos 35 anos, a cardiologia, especialmente o campo da insuficiência cardíaca (IC), presenciou uma verdadeira revolução terapêutica baseada em evidências científicas. Primeiro, com os vasodilatadores, passando para a hipótese fisiopatológica neuro-humoral com os inibidores da ECA (IECA), betabloqueadores, antagonistas mineralocorticoides e, mais recentemente, inibidores da neprilisina e inibidores da SGLT2, houve uma redução da morbimortalidade raramente vista na história da medicina. No entanto, praticamente todas as evidências associadas a essa impressionante redução de eventos vem às custas de benefícios nos pacientes com IC crônica. O tratamento da IC aguda, apesar de uma inequívoca plausibilidade biológica, não demonstrou o mesmo sucesso quando foi testado à luz das melhores evidências científicas. Mas onde falhou a medicina baseada em evidências?

O primeiro ponto a ser discutido é a heterogeneidade dos pacientes com IC aguda. Nesse espectro, podemos ter desde indivíduos com alterações súbitas de pressão arterial ou pacientes com um quadro de infarto agudo do miocárdio, levando a disfunção ventricular, até pacientes com disfunção ventricular crônica, com descompensação recente dos mecanismos compensatórios da sua doença. Ainda nesse tópico, precisamos entender que a mesma síndrome pode envolver desde casos extremamente congestos até pessoas com hipovolemia, emergências hipertensivas ou estados de má perfusão extremos, levando cada fenótipo a tratamentos e prognósticos diversos.

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Onde Estão os Benefícios do Tratamento da IC Aguda a Luz da Medicina Baseada em Evidências?

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