ABC Heart Fail Cardiomyop 2024; 4(1): e20240019

Hidralazina e Dinitrato de Isossorbida na Insuficiência Cardíaca: Da Evidência à Prática Clínica

Miguel Morita Fernandes-Silva ORCID logo , Ana Carolina Krachinski de Andrade Gama, Gabriela Yumi Konno Saito, Bruna Czelusniak Goulart, Even Edilce Mol, Marco Stephan Lofrano-Alves

DOI: 10.36660/abchf.20240019

Resumo

O tratamento da Insuficiência Cardíaca (IC) com Fração de Ejeção reduzida (ICFEr) evoluiu significativamente ao longo do tempo, com a emergência de várias farmacoterapias, visando diferentes vias fisiopatológicas. Enquanto antagonistas neuro-humorais como Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) e betabloqueadores tornaram-se terapias de primeira linha, a principal mudança de paradigma ocorreu com medicações com efeitos vasodilatadores, incluindo a combinação de hidralazina e dinitrato de isossorbida (H-ISDN). Embora o papel da H-ISDN tenha sido ofuscado ao longo do tempo, ele continua significativo, particularmente em algumas populações.

Com benefícios hemodinâmicos comprovados na IC reduzindo-se tanto a pré-carga como a pós-carga, a H-ISDN foi inicialmente testada na década de 80 no Vasodilator Heart Failure Trial I (V-HeFT I), com resultados promissores. No entanto, ensaios subsequentes como o V-HeFT II indicaram que os IECAs eram superiores à H-ISDN na redução de mortalidade.

Posteriormente, análises pós-hoc dos ensaios V-HeFT sugeriram um benefício potencial da H-ISDN em pacientes negros. Tal fato estimulou o desenvolvimento do African-American Heart Failure trial (A-HeFT), que demonstrou uma redução na mortalidade com H-ISDN em pacientes negros com ICFEr, que recebiam tratamento padrão da IC incluindo IECAs.

Diretrizes atuais recomendam H-ISDN em pacientes negros com ICFEr que permanecem sintomáticos apesar de terapia farmacológica otimizada ou que não toleram o uso de IECAs ou de bloqueadores de receptor de angiotensina. No entanto, o uso de H-ISDN em outros grupos raciais e alguns cenários clínicos como IC descompensada ou insuficiência renal continua menos claro por falta de evidências. Neste artigo, revisamos a história, os mecanismos farmacológicos, e as evidências clínicas para a H-ISDN no tratamento de ICFEr.

Hidralazina e Dinitrato de Isossorbida na Insuficiência Cardíaca: Da Evidência à Prática Clínica

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