ABC Heart Fail Cardiomyop 2024; 4(1): e20240033
Choque Cardiogênico Não Isquêmico: Como Melhorar Desfechos – Do Reconhecimento Precoce ao Manejo Diferenciado
Introdução
O choque cardiogênico é uma condição clínica de crescente incidência que cursa com hipoperfusão tecidual levando à disfunção multiorgânica com elevada taxa de mortalidade. Choque cardiogênico não isquêmico vem sendo reconhecido como uma importante causa de choque nas salas de emergência, com incidência ultrapassando o choque relacionado ao infarto agudo do miocárdio (IAM) em algumas populações. Dados recentes do Cardiogenic Shock Working Group (CSWG), um registro internacional multicêntrico, apontam que a taxa de mortalidade para esta condição varia de 22 a 32%, dependendo do tipo de instituição.
Diferentemente do choque cardiogênico de origem isquêmica, no qual um evento índice marca o início da injúria miocárdica que pode levar ao estado de choque, no choque cardiogênico de origem não isquêmica a apresentação representa o continuum da insuficiência cardíaca avançada. Para fins deste artigo, abordaremos apenas o choque associado à insuficiência cardíaca avançada por se constituir na causa mais comum, também pela grande variabilidade de apresentações, levando frequentemente a atraso na identificação, que contribui para desfechos desfavoráveis. Discutiremos os seguintes temas: definições relacionadas ao diagnóstico do choque cardiogênico e formas de apresentação clínica; avaliação inicial sistematizada destes pacientes, incluindo últimas atualizações quanto ao uso do cateter de artéria pulmonar nesta população e quanto à estratificação individualizada do risco de morbimortalidade; e o manejo do choque cardiogênico não isquêmico, passando por terapias farmacológicas, dispositivos mecânicos, e atuação em equipe nos “Times de Choque”.
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Palavras-chave: Choque Cardiogênico; Insuficiência Cardíaca; Unidades de Terapia Intensiva
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