ABC Heart Fail Cardiomyop 2025; 5(2): 20240063

Determinantes do Teste de Caminhada de Seis Minutos em Pacientes com Coexistência de Insuficiência Cardíaca e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

Maria Luísa Dadalt , Isadora Farraco Correa , Fernanda Lais Loro , Marlus Karsten , Mariane Borba Monteiro , Pedro Dal Lago

DOI: 10.36660/abchf.20240063

Resumo

Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) frequentemente coexistem na prática clínica, com ambas as condições afetando negativamente a capacidade funcional dos indivíduos, frequentemente medida usando o teste de caminhada de 6 minutos (TC6M). Deficiências cardiovasculares, pulmonares e metabólicas podem influenciar a distância percorrida em 6 minutos (DP6M).

Objetivo

O presente estudo visou identificar e analisar os determinantes críticos do TC6M entre indivíduos com coexistência de IC e DPOC.

Métodos

Foi realizado um estudo transversal. Os pacientes foram submetidos ao TC6M. A força muscular respiratória foi avaliada por meio da medição da pressão inspiratória máxima e da pressão expiratória máxima. A função pulmonar foi avaliada pelo volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF₁) e capacidade vital forçada (CVF). A fragilidade física foi avaliada pelo índice de fragilidade do Cardiovascular Health Study. A qualidade de vida foi avaliada pelo Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire, e a função cognitiva foi avaliada pelo Montreal Cognitive Assessment.

Resultados

Foram avaliados 32 pacientes, com média de idade de 67,6 ± 8,5 anos; 65,6% eram mulheres. A média da fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi de 54,7 ± 15,9%, e a DP6M média foi de 281 ± 102 metros. A DP6M correlacionou-se significativamente com a CVF (r = 0,61, p < 0,01); porcentagem do VEF₁ previsto (r = 0,58, p < 0,01); porcentagem da CVF prevista (r = 0,56, p < 0,01); índice de fragilidade do Cardiovascular Health Study (r = 0,53, p < 0,01); e pontuação do Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (r = −0,47; p < 0,01). A velocidade de marcha (β = −0,54, p < 0,001), VEF₁ (β = −0,44, p < 0,001) e classe funcional da New York Heart Association (β = −0,24, p < 0,001) foram identificados como preditores significativos da DP6M.

Conclusões

Esses achados sugerem que uma abordagem integral, incorporando avaliações físicas e psicossociais, pode ser essencial para o manejo efetivo das limitações funcionais em pacientes com IC e DPOC. A identificação desses preditores pode auxiliar os clínicos a personalizar estratégias de tratamento, otimizar programas de reabilitação e melhorar a qualidade geral do atendimento dessa população.