ABC Heart Fail Cardiomyop 2025; 5(2): e20250016
História e Aplicação dos Dispositivos de Assistência Mecânica como Ponte para Transplante Cardíaco: Revisão e Perspectivas no Brasil
Alvaro Perazzo
, Fabio Antônio Gaiotto
, Samuel Padovani Steffen
, Shirlyne Fabianni Dias Gaspar
, Vanessa Simioni Faria
, Rebeca Cavalcante Silva Ferreira
, Aline Carbonera
, Danielle Louvet Guazzelli
, Jael Andrea Rioja Gamboa
, Leonardo Flud Ideal
, Helen Lima Gomes
, Alexandre Targino Gomes Falcão Filho
, Andre Loureiro Fernandes
, Luiza Hermanny Campos
, Camila Lambert Steffen
, Carolina Limongi
, Renato Leal Varjão
, Monica Samuel Avila
, Luis Fernando Bernal da Costa Seguro
, Sandrigo Mangini
, Fabiana Goulart Marcondes-Braga
, Gabriel Barros Aulicino
, Iascara Wozniak de Campos
, Ronaldo Honorato Barros Santos
, Domingos Dias Lourenço Filho
, Mariusz Kowalewski
, Daniele Ronco
, Matteo Matteucci
, Paolo Meani
, Claudio Francesco Russo
, Michele di Mauro
, Silvia Mariani
, Antonio Loforte
, Dominik Wiedmann
, Fernando Bacal
, Glenn Whitman
, Prakash Punjabi
, Roberto Lorusso
, Fabio Biscegli Jatene
Resumo
Os dispositivos de suporte circulatório mecânico (SCM) evoluíram significativamente nas últimas décadas e desempenham um papel vital no manejo da insuficiência cardíaca em estágio terminal, especialmente como ponte para transplante cardíaco. Desde as pioneiras máquinas coração-pulmão até os dispositivos de assistência ventricular (DAVs) de terceira geração, a tecnologia SCM avançou para oferecer opções mais duráveis, eficientes e seguras tanto para suporte de curto quanto de longo prazo. Esta revisão descreve o desenvolvimento histórico dos dispositivos de assistência mecânica, os tipos de suporte disponíveis – que vão desde bombas de balão intra-aórtico e oxigenação por membrana extracorpórea até dispositivos implantáveis como o HeartMate 3 – e suas indicações clínicas e complicações. Atenção especial é dada à disfunção do ventrículo direito, complicações tromboembólicas e hemorrágicas, e infecções, que continuam sendo desafios importantes no manejo de pacientes com dispositivos de SCM. No Brasil, apesar das evidências crescentes que apoiam o uso de SCM em pacientes críticos, o acesso continua limitado devido a restrições financeiras e sistêmicas. A revisão explora o cenário atual da disponibilidade desses dispositivos no país, as diretrizes nacionais, os dados de custo-efetividade e o impacto das recentes mudanças nos critérios de alocação de transplantes, que priorizam pacientes que recebem suporte mecânico. Destaca-se, ainda, a aprovação dos DAVs de longo prazo como terapia de destino no sistema público de saúde em 2024, um marco significativo. Esta revisão oferece uma perspectiva abrangente sobre a utilização de SCM, destacando tanto os avanços globais quanto os desafios específicos do Brasil. Ao identificar lacunas no acesso e propor direções futuras, defende a ampliação do uso dessas tecnologias que salvam vidas para melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida dos pacientes com insuficiência cardíaca avançada.
Palavras-chave: Cardiologia; Cirurgia Torácica; Coração Auxiliar; Transplante de Coração
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