ABC Heart Fail Cardiomyop 2025; 5(1): e20240058
Explorando o Papel das Variantes do ALPK3 em Cardiomiopatias Hipertróficas e Dilatadas
Resumo
As variantes do gene ALPK3 (proteína alfa-quinase 3), em especial as variantes truncadas (ALPK3tv), têm sido associadas à cardiomiopatia hipertrófica (CMH) e à cardiomiopatia dilatada (CMD), contribuindo para a variabilidade fenotípica e para resultados clínicos graves. A CMH é caracterizada por uma hipertrofia ventricular esquerda não atribuível a outras causas, sendo uma condição genética comum, ligada frequentemente a variantes patogênicas em genes de sarcômeros. No entanto, em aproximadamente 40% dos casos, os testes genéticos não são capazes de identificar uma variante causal, o que sugere o envolvimento de genes não sarcoméricos, como o ALPK3. Estudos recentes revelam que a ALPK3tv bialélica está associada à cardiomiopatia grave de início precoce. Os pacientes podem apresentar uma progressão clínica da CMD na infância para a CMH, com função sistólica prejudicada na vida adulta. Nesses indivíduos, o fenótipo da CMH é caracterizado, em geral, por fibrose miocárdica extensa, padrões apicais ou concêntricos de hipertrofia ventricular esquerda e baixa prevalência de obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo. Os portadores de ALPK3tv também correm o risco de desenvolver disfunção miocárdica progressiva, insuficiência cardíaca e, em alguns casos, morte cardíaca súbita. Os mecanismos moleculares subjacentes à cardiomiopatia relacionada ao ALPK3 envolvem a interrupção de proteínas estruturais e regulatórias, como as miomesinas, essenciais para a integridade do sarcômero e o controle da força dos cardiomiócitos. A descoberta das variantes do gene ALPK3 em populações sub-representadas destaca a importância da pesquisa genética em diversas coortes. A compreensão das consequências clínicas e moleculares das variantes do gene ALPK3 pode resultar em abordagens diagnósticas e terapêuticas mais precisas para cardiomiopatias associadas a esse gene.
462