ABC Heart Fail Cardiomyop 2022; 2(4): 417-419
Hipertensão em Pacientes Oncológicos como Preditor de Disfunção Ventricular
A hipertensão arterial (HA) é a comorbidade mais prevalente (38%) nos pacientes oncológicos e é considerada um importante fator de risco modificável para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares, incluindo a insuficiência cardíaca (IC). Vale ressaltar, ainda, que a HA também está associada a pior prognóstico do câncer e agravamento de algumas neoplasias;, ademais, tratamentos oncológicos podem agravar a HA preexistente e até causar uma nova HA,, tornando o papel desse fator de risco ainda mais complexo e multifacetado.
Notadamente, o uso de medicamentos com potencial cardiotóxico em associação a um fator de risco cardiovascular importante e prevalente como a HA torna a IC uma via final comum das agressões sobre o coração. A associação entre HA – particularmente mal controlada – e aumento do risco de cardiomiopatia induzida por quimioterapia e IC, tem sido demonstrada na literatura, desde estudos com a doxorrubicina na década de 70 até dados contemporâneos. Como exemplo, em um estudo retrospectivo envolvendo pacientes com linfoma em quimioterapia à base de doxorrubicina, o fármaco foi um preditor independente de desenvolvimento de IC, mesmo após ajuste por fatores de risco. Entre os indivíduos recebendo a medicação, a HA se associou fortemente ao desenvolvimento de IC. Assim, a abordagem dessa complexa interação deve ser uma prioridade no paciente com câncer.
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