ABC Heart Fail Cardiomyop 2022; 2(1): 67-71
Inibidores do SGLT2 e Sacubitril-Valsartana: Como os Resultados de Estudos Clínicos Revolucionarão o Tratamento da IC com Fração de Ejeção Levemente Reduzida
A fração de ejeção (FE) do ventrículo esquerdo é um parâmetro central no manejo da insuficiência cardíaca (IC), sendo um biomarcador crucial de avaliação prognóstica e decisão terapêutica. Os pacientes com IC são classificados em diferentes categorias de acordo com a FE. Apesar de o conceito de FE “normal” ter sido introduzido há quatro décadas, os valores de corte para FE normal e anormal têm sofrido variações consideráveis ao longo do tempo. Em 2016, as diretrizes de IC da European Society of Cardiology definiram IC com FE reduzida (ICFER) como pacientes com valores de FE abaixo de 40%, enquanto a IC com FE preservada (ICFEP) foi definida como FE igual ou acima de 50%. Para preencher a lacuna entre as duas categorias, foi introduzido o termo IC com FE intermediária. Mais recentemente, as diretrizes consideraram mais apropriado renomear essa categoria para IC com FE levemente reduzida (ICFELR). , Por que a classificação baseada na FE mudou consideravelmente nos últimos anos e como isso pode afetar o tratamento da IC?
Na década de 1980, os desenhos dos primeiros estudos de IC utilizavam os pontos de corte da FE para selecionar pacientes com pior prognóstico como uma estratégia de enriquecimento, isto é, selecionavam pacientes com base em um biomarcador que melhora a eficiência do desenho. Visto que pacientes com FE mais baixa apresentam pior prognóstico e, portanto, taxas mais altas de eventos, um tamanho amostral relativamente pequeno seria suficiente para detectar um efeito. Esses estudos utilizavam pontos de corte da FE que variavam de < 45 a < 25% ( ) e eram extremamente bem-sucedidos na identificação de terapias eficazes. Em geral, os estudos que utilizavam pontos de corte da FE < 40% consistentemente identificavam medicamentos e dispositivos para o tratamento de IC que melhoravam os desfechos.
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