ABC Heart Fail Cardiomyop 2022; 2(4): 343-353

Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada e Câncer

Antonio José Lagoeiro Jorge, Humberto Villacorta, Luiz Claudio Danzmann ORCID logo , Evandro Tinoco Mesquita ORCID logo

DOI: 10.36660/abchf.20220079

Resumo

A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) está associada a alta morbidade e mortalidade. Após a hospitalização por insuficiência cardíaca, a sobrevida em 5 anos da ICFEp é de 35%, sendo pior do que muitas formas de câncer. A ICFEp e o câncer partilham fatores de risco em comum. O uso de quimioterápicos como as antraciclinas está associado ao aumento da rigidez aórtica e à disfunção diastólica, sugerindo que a terapia com antraciclinas pode aumentar o risco de ICFEp, já que a piora da função diastólica, que pode ser associada à ocorrência de ICFEp, é um sinal precoce de cardiotoxicidade. A radioterapia, muito utilizada no tratamento do câncer de mama, leva ao aumento do risco de desenvolver doenças cardíacas já que radiação induz dano endotelial microvascular coronariano e inflamação, levando à rarefação microvascular, inflamação miocárdica, estresse oxidativo e fibrose, que favorecem o desenvolvimento de ICFEp. O diagnóstico precoce da cardiotoxicidade é questão importante no cuidado dos pacientes com câncer e biomarcadores têm sido bastante estudados na predição da disfunção sistólica e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, e também no desenvolvimento de ICFEp. A ICFEp e o câncer têm elevada prevalência, compartilham faixa etária, fatores de risco e também o fenômeno fisiopatológico, no qual a inflamação tem papel preponderante. Os biomarcadores, sobretudo os peptídeos natriuréticos e a imagem ultrassonográfica são ferramentas fundamentais na detecção diagnóstica e no seguimento destes pacientes.

Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada e Câncer

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