ABC Heart Fail Cardiomyop 2023; 3(1): e20230014
Miocardiopatias Tóxicas: Álcool, Anfetaminas e Anabolizantes
Resumo
As miocardiopatias tóxicas incluem aquelas causadas pelo abuso de drogas, assim como quimioterápicos. Nesta revisão abordam-se as miocardiopatias secundárias ao alcoolismo, às anfetaminas e aos esteroides anabolizantes (EA), com foco na fisiopatologia, quadro clínico, tratamento e prognóstico. A miocardiopatia alcoólica é frequente e predomina no sexo masculino. É dose-dependente, com provável predisposição genética. As mulheres são susceptíveis em doses menores de ingestão de álcool. A doença varia de subclínica assintomática até a forma típica de miocardiopatia dilatada com disfunção sistólica e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr). O diagnóstico é baseado na história e exclusão de outras etiologias. O tratamento é semelhante às outras formas de insuficiência cardíaca e o prognóstico depende da cessação do alcoolismo. O uso de anfetaminas tem aumentado assim como a incidência da miocardiopatia secundária. Os pacientes são majoritariamente jovens e masculinos. A fisiopatologia é multifatorial. O diagnóstico baseia-se na história. Na fase aguda há hiperatividade adrenérgica. O tratamento é semelhante às outras etiologias de ICFEr. Não raramente, pacientes evoluem para choque cardiogênico com necessidade de suporte circulatório e indicação de transplante cardíaco. A miocardiopatia secundária ao uso de EA ocorre geralmente em homens jovens. Os EA impactam o sistema cardiovascular de forma direta ou indireta, através de seus fatores de risco. Pode se apresentar desde assintomáticos até choque cardiogênico. É imperativa a descontinuação do EA e a instituição das terapias baseadas nas diretrizes, usualmente com remodelamento reverso e bom prognóstico.
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