ABC Heart Fail Cardiomyop 2023; 3(3): e20230066
Síndrome de Taquicardia Pós-COVID: Pode Ser Miocardite? Relato de um Caso Tratado com Ivabradina
Resumo
O presente relato ilustra um caso de miocardite aguda em uma paciente que havia sido recentemente hospitalizada por COVID-19. A suspeita de miocardite foi feita pela presença de taquicardia, a única alteração presente no exame físico, além de níveis elevados de peptídeo natriurético tipo B. O diagnóstico foi confirmado por ressonância magnética cardíaca, que mostrou a presença de realce tardio, predominantemente subepicárdico, nas paredes inferolateral e inferior do ventrículo esquerdo. A paciente não preenchia nenhum dos critérios para biópsia endomiocárdica (insuficiência cardíaca progressiva, disfunção cardíaca grave, arritmias ventriculares, bloqueios atrioventriculares). Portanto, o tratamento foi focado no controle da frequência cardíaca. O betabloqueador é a primeira opção para controle da frequência, mas a paciente tinha contraindicação. Assim, foi utilizada a ivabradina, um redutor seletivo da frequência cardíaca. Este medicamento tem sido pouco estudado no contexto das síndromes pós-COVID-19, e o presente caso sugere benefício no controle da frequência cardíaca em pacientes com síndrome de taquicardia pós-COVID-19.
Palavras-chave: Ivabradina; Miocardite; Síndrome Pós-COVID-19 Aguda; Taquicardia; Traumatismos Cardíacos
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