ABC Heart Fail Cardiomyop 2022; 2(2): 206-208

Uso de Balão Intra-Aórtico no Choque Cardiogênico Associado à Insuficiência Cardíaca Avançada: Estratégia Ultrapassada?

Ciro Mancilha Murad ORCID logo , Sandrigo Mangini ORCID logo

DOI: 10.36660/abchf.20220033

O uso do balão intra-aórtico (BIA) foi inicialmente descrito na década de 60., Trata-se de um dispositivo de assistência circulatória de curta duração que utiliza o gás hélio para insuflação de um balão posicionado na aorta descendente durante a diástole e desinsuflação ativa durante a sístole. Os efeitos hemodinâmicos mais evidentes são: aumento da perfusão coronariana, redução da pós carga do ventrículo esquerdo e incremento no débito cardíaco de 0,5 a 1 L/min., Devido a maior disponibilidade, menor custo, facilidade de implante e baixas taxas de complicações, o BIA rapidamente se tornou o dispositivo percutâneo mais utilizado no choque cardiogênico. Todavia, apesar das vantagens descritas e da ampla experiência clínica, ainda existem controvérsias em relação à sua utilização.

O estudo randomizado IABP-SHOCK II Trial avaliou o uso do BIA versus tratamento clínico em pacientes com choque cardiogênico pós-infarto agudo do miocárdio (IAM). Neste estudo, o uso do BIA não reduziu o desfecho primário de mortalidade em 30 dias, nem os desfechos secundários relevantes e, a partir de então, o uso do BIA no choque cardiogênico pós-IAM passou a ser desencorajado por diretrizes, sendo classe III nível de evidência B para uso de rotina (não recomendado)., Interessante notar, entretanto, que a utilização de outros dispositivos que fornecem maior suporte hemodinâmico comparado ao BIA também não demonstrou benefício em aumento de sobrevida no choque cardiogênico pós-IAM.

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Uso de Balão Intra-Aórtico no Choque Cardiogênico Associado à Insuficiência Cardíaca Avançada: Estratégia Ultrapassada?

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